“Imagine que você é um artista talentoso, com uma habilidade incrível em criar obras de arte. Seu talento é admirado por todos, e você é reconhecido como um dos melhores na sua área. Porém, à medida que o tempo passa, você começa a sentir que sua arte está se tornando repetitiva. Você não consegue mais inovar como antes, e suas criações não têm mais o mesmo impacto emocional sobre as pessoas. Você começa a se perguntar se seu talento está se esgotando.
Nesse momento, é que o seu verdadeiro ser começa a se revelar. Quando seu talento está em alta, você pode se esconder por trás dele. Seus trabalhos podem ofuscar sua personalidade e o seu verdadeiro eu. As pessoas podem admirar sua arte, mas não necessariamente conhecem quem você é.
Porém, quando seu talento começa a declinar, quando você não pode mais se apoiar nele como antes, é que sua verdadeira natureza começa a surgir. Você é forçado a procurar novas formas de expressão, a explorar outras partes de si mesmo. Você pode descobrir novas paixões, novas habilidades, e até mesmo um novo senso de propósito”.
Eu copiei esse texto de uma página no Instagram, chamada Nietzsche Aforismos. Quando li, pensei nos tantos casos de pessoas que tiveram de se repensar em suas carreiras, seja por causa da pandemia, seja por uma demissão, em função da aposentadoria, ou mesmo de algum outro percalço que aparece pelo caminho, como uma doença ou uma mudança de cidade. Às vezes, a gente passa muitos anos fazendo uma atividade, se aperfeiçoa e se sente confortável, pois domina o que faz, o que é muito bom. Por outro lado, essa segurança pode nos impedir de descobrir quantas outras possibilidades residem em nós.
E em geral é somente num momento de parada ou de crise que descobrimos algo novo sobre nós mesmos, como gostos e habilidades que sequer imaginávamos. Eu acho que isso torna a vida muito especial. E se eu fosse dar uma dica, diria: quando você estiver mal, incomodado, angustiado, tente se escutar, porque é nessas horas que sua criatividade pode dar um salto e lhe surpreender.
Texto por Tamara Bischoff, jornalista e psicóloga
