Estive alguns dias na praia, e entre as reflexões que o mar provoca em mim, fiquei observando alguns pescadores em suas atividades rotineiras. Lembrei de uma citação de Vincent Van Gogh, que diz: “Os pescadores sabem que o mar é perigoso e que a tempestade é terrível, mas eles nunca julgaram esses perigos como razão suficiente para permanecer em terra”.
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Então, pensei que podemos nos utilizar dessa metáfora para pensar nossa vida de maneira geral. Quantas vezes a gente deixa de fazer algo por medo de não alcançar o resultado desejado, de perder e, em última instância, por medo de sucumbir, de morrer.
Só que viver é um risco contínuo, e nem por isso a gente deixa de tentar, de apostar nas pessoas, de iniciar novos projetos, de sonhar, e de recomeçar, quantas vezes for preciso.
Hoje não é segunda-feira, o ano já começou há mais de um mês (ou talvez só comece mesmo depois do Carnaval). Pouco importa. Se a ideia é permanecer imóveis, sempre encontraremos motivos – reais e imaginados – para adiar nossos planos.
Façamos como os pescadores, que não desprezam os perigos do entorno, mas aprimoram suas técnicas ao mesmo tempo em que aceitam não ter o controle de tudo. Porque tal como um peixe que escorrega por entre nossas mãos, na vida, algo sempre nos escapa.
Texto por Tamara Bischoff, jornalista e psicóloga