Somos todos influenciáveis?

No grupo, a individualidade se abranda, mas a responsabilidade permanece


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Foto: Freepik

Você se considera uma pessoa influenciável? Em alguma medida, todos somos, mesmo sem nos darmos conta. O grau de influência do meio sobre nós vai depender muito de nossa constituição psíquica, bem como de nosso estado emocional diante das situações que nos acontecem. Em algumas fases da vida parece que isso ganha força, como na adolescência, período em que a força do grupo é exaltada, as inseguranças aumentam e, muitas vezes, levam a ações impensadas.

Nos últimos dias, chegou até mim vídeo no qual uma professora combina com a turma de estudantes uma brincadeira com aqueles que chegarem atrasados. A instrução é de que, quando ela perguntar qual a cor da pasta que tem em mãos – que é verde, os alunos respondam vermelha. Minutos depois, quando ela faz a pergunta sobre a cor da pasta, os estudantes vão respondendo, um a um, que é vermelha, para a surpresa daqueles que não participaram da combinação. Quando ela questiona um dos atrasados, ele hesita um pouco, mas acaba dizendo que a pasta é vermelha, ou seja, ele claramente responde errado para se igualar ao grupo.

A brincadeira tem por objetivo provar o poder do meio sobre nossas decisões. O problema é que nem sempre os resultados são inofensivos, por vezes, tornam-se nocivos. É o que mostra o filme A Onda, no qual uma experiência de escola acaba tendo consequências desastrosas.
Quando somos submetidos às pressões do ambiente, é normal que nos sintamos fragilizados. Para não ter de lidar com esse sentimento que, para algumas pessoas é aterrorizante, faz-se de tudo para se adequar e, assim, conseguir algum reconhecimento, nem que para isso se extrapole diversos limites.

A questão é que no grupo, as individualidades se abrandam, até somem, e rapidamente você se pega tomando decisões muito diferentes do ponto de vista ético daquelas que você tomaria sozinho. E assim, diluído na massa, fica mais fácil de exercitar algumas maldades com as quais você não quer se deparar. Mas não esqueça: sua responsabilidade continua lá!

Texto por Tamara Bischoff, jornalista e psicóloga

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